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8 de dezembro de 2025

Web Summit | 2026


O Web Summit voltou a ganhar palco em Lisboa, trazendo temas que moldam o presente e antecipam o futuro.

Entre tantos tópicos relevantes, destacaram-se, na minha opinião, o papel das mulheres na tecnologia, a importância da liberdade de imprensa, a inteligência artificial - riscos, oportunidades e desafios, a evolução, protecção e direito à monetização da nossa identidade digital.

Uma edição marcada por propósito, diversidade e pensamento crítico.


Este ano tive o privilégio de entrevistar duas mulheres cuja visão e trabalho representam a nova geração de liderança feminina...Corajosa, criativa e profundamente consciente do seu propósito.


Julieta Rueff, fundadora da FlamAid, uma solução pioneira que responde a uma necessidade urgente, a segurança das mulheres no seu quotidiano.

A conversa com a Julieta foi muito inspiradora! Falámos sobre a génese do projecto, que surgiu depois da própria se ter sentido ameaçada numa saída à noite. Isto levou-a a desenvolver um device, a granada pacífica, que permite acionar um alarme imediato, ligado à polícia (e contactos de emergência), bem como captação de áudio e vídeo (constituindo prova), tendo ajudado várias mulheres em situação de perigo. Conversámos sobre a forma como tecnologia, design e missão social se encontram e sobre os próximos passos da marca, que passa por criar joias inteligentes, igualmente com mecanismo de defesa, prometendo transformar a forma como as mulheres se protegem, se movimentam e se sentem no mundo.


De igual forma, a Julieta partilhou o desafio de ser uma jovem mulher, numa área tipicamente masculina, e os entraves que teve à partida. Apenas 2% do investimento na Europa é para mulheres, o que torna tudo mais difícil. No entanto, deixa uma mensagem de esperança: “Se há um propósito, especialmente se é um propósito social, lança já esse projecto!”. Vejam o reels com a entrevista aqui.


Também entrevistei Ashumi Sanghvi, fundadora premiada e estratega, actuando na intersecção entre as áreas de luxo, cultura e tecnologia emergente. Como CEO da Future+ e da MAD Global, trabalha com marcas de luxo com história, startups e investidores para moldar experiências imersivas, storytelling digital e expansão global.

Paralelamente à sua presença como moderadora no painel  “Scaling desire: The new rules of luxury exclusivity”, tivemos esta conversa, explorando como o luxo actualmente equilibra propósito, experiência e propriedade, através das lentes da inovação, identidade e relevância cultural.

Falámos sobre como o luxo está a mudar, e a tese de Ashumi não podia ser mais atual:

Hoje, o verdadeiro luxo não está apenas no objecto, mas na experiência, na emoção e no propósito que uma marca é capaz de criar.


Discutimos ainda como as colaborações, as experiências imersivas, os espaços físicos (como cafés, galerias ou instalações culturais) e a curadoria de lifestyle estão a redefinir a forma como as marcas cultivam exclusividade num mundo hiperconectado.

A conversa trouxe clareza sobre um mercado que se reinventa, mas que mantém uma constante. O luxo continua a ser, sobretudo, uma linguagem de desejo, apenas com novos códigos. O artigo completo com a entrevista aqui no blog.


No mesmo painel, Mathieu de Fayet, “Chief Applied Innovation Officer” da LVMH, destacou a importância da tecnologia como aliada da criatividade humana e da experiência do cliente, não como substituta, mas como potenciadora. Integrar inovação digital sem perder herança, exclusividade e desejo.


Outro dos momentos que me marcaram particularmente, foi o painel “Your Digital Self Should Belong to You”, com o actor Joseph Gordon-Levitt. Deixou uma analogia poderosa ao descrever a economia digital actual: “It’s like building the house of your dreams on rented land.” E acrescentou que vivemos numa espécie de “digital feudalism”, onde criadores e utilizadores constroem valor, partilham talento, geram dados, mas não detêm a verdadeira propriedade da sua identidade online. “We should own our digital identity”, defendeu.

Sempre achei que devemos expressar-nos através de plataformas que realmente nos pertencem. Talvez por isso o meu blog tenha sempre sido tão importante para mim. É um espaço que detenho, que não depende de algoritmos ou de decisões de terceiros, e onde posso construir de forma livre, autêntica e permanente, ao contrário das redes sociais, que são, no fundo, terreno arrendado. As palavras de Gordon-Levitt reforçaram esta convicção e o caminho que quero continuar a trilhar no espaço digital.



A liberdade de imprensa também esteve em realce, num momento em que o chamado quarto poder está a ser ameaçado. Cada vez mais, não só em cenários de guerra, mas também em regimes democráticos, como vemos nos Estados Unidos. Na conferência de imprensa, Paddy Cosgrave, sublinhou esta preocupação ao explicar por que razão usou uma camisola feita à mão por uma artesã irlandesa com a palavra “PRESS”. Um gesto simbólico que relembra o papel vital do jornalismo livre, independente e corajoso.


Networking Garden, um dos novos espaços do Web Summit



Entre discussões sobre inteligência artificial e realidades imersivas, um tema inesperado emergiu nos palcos do Web Summit, o regresso ao analógico. Num mundo saturado de ecrãs, há uma procura crescente por experiências que devolvem peso, textura e presença ao quotidiano.


O vinil volta a crescer, não apenas como formato musical, mas como ritual. A fotografia física regressa, não pela nostalgia, mas pela necessidade de memórias que se podem tocar. Mesmo marcas digitais começam a investir em pontos de contacto reais, pop-ups, encontros presenciais, objectos que se colecionam e duram.




The team


O Web Summit voltou a transformar Lisboa no centro do diálogo global sobre tecnologia, inovação e futuro. Saio desta edição com uma certeza...O futuro não será definido pela tecnologia, mas por quem a usa, e por quem tem coragem de questionar, criar, desafiar e reconstruir. E esta premissa funciona, infelizmente, para o bem e para o mal!


Até 2026, Web Summit Lisboa!

4 de dezembro de 2025

Look | Birdsong Dress


Outono em Lisboa com a Greenkiss, uma marca portuguesa de slow fashion que me acompanha há várias estações. 🍂✨O vestido Birdsong assumiu-se como a escolha perfeita para um dos dias da Web Summit, confortável, sustentável e perfeitamente alinhado com o meu estilo.

Autumn in Lisbon with Greenkiss, a Portuguese slow fashion brand that has been part of my wardrobe for some seasons. 🍂✨The Birdsong dress was the perfect choice for one of the Web summit days, comfortable, sustainable and perfectly aligned with my personal style.














30 de novembro de 2025

Web Summit | Interview with Ashumi Sanghvi


Ashumi Sanghvi é fundadora premiada e estratega, actuando na intersecção entre as áreas de luxo, cultura e tecnologia emergente. Como CEO da Future+ e da MAD Global, trabalha com marcas de luxo com história, startups e investidores para moldar experiências imersivas, storytelling digital e expansão global.

Paralelamente à sua presença como moderadora no painel “Escalar desejo: As novas regras da exclusividade do luxo” no Web Summit, tivemos esta conversa, explorando como o luxo actualmente equilibra propósito, experiência e propriedade, através das lentes da inovação, identidade e relevância cultural.

Ashumi Sanghvi is an award-winning founder and strategist at the intersection of luxury, culture and emerging technology. As CEO of Future+ and MAD Global, she works with legacy luxury brands, startups and investors to shape immersive experiences, digital storytelling and global brand expansions.

Further to her presence as a moderator in the panel “Scaling desire: The new rules of luxury exclusivity” at Web Summit, we have had this conversation, exploring how luxury today balances purpose, experience and ownership, through the lens of innovation, identity and cultural relevance.


Ashumi, como define luxo na sua vida?

Para mim, o luxo não é mais uma questão de acumulação, mas sim de alinhamento. É o espaço para ser intencional com a forma como passo o meu tempo, o que crio e com quem me rodeio. O verdadeiro luxo é ter a liberdade de escolher o significado em vez do ruído. Num mundo onde tudo está a acelerar, a capacidade de abrandar, de experimentar profundidade numa conversa, num design, num lugar, esse é o novo luxo supremo para mim.

Ashumi, How do you define luxury in your own life?

For me, luxury is no longer about accumulation, it’s about alignment. It’s the space to be intentional with how I spend my time, what I create, and who I surround myself with. True luxury is having the freedom to choose meaning over noise. In a world where everything is accelerating, the ability to slow down, to experience depth in a conversation, in a design, in a place, that’s the new ultimate luxury for me.

A Future+ conecta visionários dos sectores de luxo, cultura e tecnologia. Na sua opinião, como é que plataformas como esta podem ajudar a reimaginar a forma como as marcas cultivam o desejo e a exclusividade no mundo digital?

Hoje em dia, o desejo não é construído através da distância, mas sim através da descoberta. Fundei a Future+ para criar uma ponte entre inovação e emoção, ajudando marcas e uma rede global de fundadores e líderes a conectarem-se com o público, não apenas por meio da estética, mas também por via de valores compartilhados e curiosidade. A exclusividade está a ser redefinida. Não se trata mais de exclusão, mas de acesso a experiências, comunidades e ideias com significado. O nosso papel é providenciar essas conexões, transformar o alcance digital em intimidade cultural.

Future+ connects visionaries across luxury, culture, and technology. In your view, how can platforms like this help reimagine how brands cultivate desire and exclusivity in a digital world?

Desire today isn’t built through distance; it’s built through discovery. I founded Future+ to create a bridge between innovation and emotion, helping brands and a global network of founders and leaders to connect with audiences not just through aesthetics, but through shared values and curiosity. Exclusivity is being redefined. It’s no longer about exclusion, but about access to meaningful experiences, communities, and ideas. Our role is to curate those connections, to turn digital reach into cultural intimacy.


Muitas marcas de luxo estão a expandir-se para a área das experiências — desde cafés e restaurantes a colaborações culturais. O que pensa sobre esta mudança?

Vejo-a como uma evolução natural. O luxo sempre teve a ver com contar histórias e imersão, e as experiências simplesmente tornam essas histórias tangíveis. Quando bem feitas, estas extensões não são jogadas de marketing, tornam-se novos pontos de contacto emocionais. Quer se trate de uma maison a abrir um café, ou a estabelecer uma parceria com um artista, o que importa é a intenção.

As pessoas conseguem sentir a diferença entre uma experiência concebida para o Instagram e uma feita para criar conexões. O futuro do luxo está nos momentos que deixam uma memória e criam um envolvimento real, não apenas uma impressão ou um like.

Many luxury brands are now expanding into experience — from cafés and restaurants to cultural collaborations. What are your thoughts on this shift?

I see it as a natural evolution. Luxury has always been about storytelling and immersion, experiences simply make those stories tangible. When done well, these extensions aren’t marketing plays; they become new touchpoints of emotion. Whether it’s a maison opening a café or partnering with an artist, the intention matters. People can feel the difference between an experience designed for Instagram and one designed for connection. The future of luxury is about moments that leave a memory and create real engagement, not just an impression or a like.

Acha que as marcas de luxo se tornaram contadoras culturais de histórias em vez de criadoras de produtos?

Sem dúvida, mas acrescentaria que as marcas mais poderosas são ambas. Uma bela história sem profundidade é apenas conteúdo, um ótimo produto sem significado é só um objecto.

O que estamos a ver agora é a fusão dos dois, onde o artesanato se encontra com a consciência cultural. As melhores marcas agem como curadores modernos, entrelaçando tradição com tecnologia, sustentabilidade e relevância. Não estão a vender coisas, estão a criar um sentimento de pertença.

Do you think luxury brands have become cultural storytellers rather than product creators?

Absolutely but I’d add that the most powerful brands are both. A beautiful story without depth is just content; a great product without meaning is just an object.

What we’re seeing now is the fusion of the two, where craftsmanship meets cultural consciousness. The best brands act like modern curators, weaving heritage with technology, sustainability, and relevance. They’re not selling things; they’re creating belonging.


Que tipo de marcas ou mentes criativas a inspiram actualmente?

Sinto-me atraída por aquelas que trabalham nos espaços entre o design, a arte e a tecnologia. Marcas como a Loewe, pela sua sensibilidade cultural, a Balenciaga, por ultrapassar limites, e a Rimowa, pela sua precisão discreta. No que diz respeito à inovação, sinto-me inspirada pelo que marcas como a Gentle Monster ou a AMBUSH estão a fazer, misturando retalho, teatro e tecnologia em mundos nos quais se entra, e não apenas se compra. E depois há criadores individuais, pessoas como Refik Anadol ou Es Devlin, que nos lembram que contar histórias pode ser tanto humano como algorítmico, emocional e engenhoso.

What kind of brands or creative minds inspire you right now?

I’m drawn to those working in the spaces between, where design, art, and technology intersect. Brands like Loewe for their cultural sensitivity, Balenciaga for their boundary-pushing, and Rimowa for their quiet precision. On the innovation side, I’m inspired by what brands like Gentle Monster or AMBUSH are doing, blending retail, theatre, and tech into worlds you step into, not just shop from. And then there are individual creators, people like Refik Anadol or Es Devlin who remind us that storytelling can be both human and algorithmic, emotional and engineered.

Quais são as principais tendências de marketing que vê a moldar as marcas de luxo para 2026?

Destacam-se três, para mim:

Primeiro, o surgimento da «narrativa imersiva». Veremos mais integração de IA, RA e experiências espaciais que esbatem a linha entre os mundos físico e digital.

Segundo, o retorno da intimidade. À medida que tudo cresce, as marcas vencedoras serão aquelas que transmitirem uma sensação de personalização por meio de comunidades seleccionadas, colaborações exclusivas ou serviços prestados por pessoas.

E terceiro, a mudança da influência para a integridade. Os consumidores estão a tornar-se fluentes em autenticidade. Eles sabem distinguir quando uma parceria ou campanha é orientada por um propósito ou apenas performática. Em 2026, as marcas melhor sucedidas serão aquelas que entenderem a tecnologia não como uma ferramenta, mas como um meio para transmitir emoção.

What are the key marketing trends you see shaping luxury brands by 2026?

Three stand out to me:

First, the rise of “immersive storytelling.” We’ll see more integration of AI, AR, and spatial experiences that blur the line between physical and digital worlds.

Second, the return of intimacy. As everything scales, the brands that win will be those that feel personal through curated communities, limited collaborations, or human-led service.

And third, the shift from influence to integrity. Consumers are becoming fluent in authenticity. They can tell when a partnership or campaign is purpose-led versus performative. In 2026, the most successful brands will be those that understand technology not as a tool, but as a medium for emotion.


22 de novembro de 2025

Viciada em Compras


O mito de que comprar alivia o stress

Women who buy new clothes at least once a week reduce stress and become happier”. Esta frase tem invadido as redes sociais e, embora pareça algo inofensivo, um pequeno luxo para aliviar a rotina, está a levar muita gente à dependência emocional e financeira, já para não falar da questão ambiental.

Numa era em que os apelos ao consumo são cada vez maiores, desde as Influencers que fazem “Hauls” diários (sobretudo de artigos de fraca qualidade) até às marcas low cost que invadem as lojas semanalmente com novas tendências, os estímulos são constantes e não nos dão tempo para pensar sobre cada decisão de compra. Urge refletir sobre o assunto, para bem da nossa sanidade mental!

O ciclo da satisfação momentânea

Eu própria já senti este apelo constante, sobretudo durante o período da pandemia. As compras online eram uma forma de aliviar o stress e a ansiedade de uma realidade assustadora, sendo que comecei a fazê-las quase numa base semanal.

Com a minha profissão, onde é importante mostrar novidades, o volume de peças cresceu rapidamente. Passei a ter demasiada roupa e, paradoxalmente, a sensação de não saber o que vestir.

Quando percebi que este “acumular” estava longe de mitigar a ansiedade e só me fazia sentir culpada, decidi mudar.

As minhas estratégias para quebrar o padrão

Comecei por adoptar algumas regras simples:

- Colocar as peças no carrinho e esperar pelo menos uma semana antes de comprar.

- Fazer um closet cleaning a cada seis meses, para ter uma visão efectiva do que tenho e do que realmente uso.

- Reparar roupa ou acessórios que necessitam de pequenos arranjos ou manutenção.

- Evitar duplicados e manter apenas o que faz sentido no meu estilo.

- Além de doar o que já não uso (ajudando quem precisa), comecei também a vender peças em plataformas de segunda-mão, o que, além de libertar espaço, gera cashback.

O detox digital

Também não resisto quando viajo para um destino diferente, pois gosto de usar looks que fiquem bem com o cenário, mas, mais uma vez, faço primeiro uma avaliação do que já tenho, e que posso levar, acrescentado, pontualmente, algumas peças. Encontrar o nosso estilo é essencial, no meu caso, quando se trata da renovação sazonal, só adiro às tendências com as quais me identifico.

Outro passo importante foi deixar de seguir páginas e marcas que me estimulavam constantemente a comprar mais. Ainda assim, não deixei de apreciar a moda: continuo a ler newsletters das marcas de que gosto, mas agora faço uma wish list e espero pelas promoções, especialmente para artigos de maior investimento.

Nas viagens, continuo a adorar escolher looks que se enquadram com o local, mas, antes de comprar, analiso sempre o que já tenho e acrescento apenas algo pontual.

Encontrar a nossa identidade é a melhor forma de escapar ao ciclo da novidade sem propósito.




Repetir é elegância e consciência

Existe ainda a ideia de que repetir roupa, sobretudo em eventos, não é socialmente aceite. Nada poderia estar mais errado, para além de ser ecologicamente irresponsável.

Nunca tive problema em reutilizar os meus outfits preferidos. Muitas vezes basta mudar um acessório para recriar o look.

Vemos cada vez mais figuras públicas, incluindo membros da realeza, a usarem o mesmo vestido em eventos de Estado, uma escolha inteligente e inspiradora.

É também usual ver actrizes a repetirem vestidos icónicos, que já haviam sido usados pelas próprias noutras ocasiões, ou até por outras no passado, num gesto de homenagem e de consciência estética e ambiental.

Além disso, ter um guarda-roupa com peças de valor duradouro garante um estilo mais autêntico. Quantas vezes não estreamos algo novo e encontramos alguém com o mesmo?

Dou o meu próprio exemplo. Tenho um vestido Missoni que comprei para celebrar o meu aniversário em Paris. Já o usei noutro em Nova Iorque, e em Bordéus, bem como num jantar no Dubai, ou seja, tornou-se algo que me acompanha em ocasiões especiais, quase uma assinatura de estilo.

A jornada da compra por impulso

O filme Louca por Compras retrata na perfeição este padrão: o desejo, a euforia, a culpa e a promessa de recomeço.

O mote é sempre o mesmo, a procura de bem-estar através da novidade.

Para compreender melhor este propósito, pedi opinião à psiquiatra Dra. Ana Ramos para nos ajudar a identificar quais os principais gatilhos e o que podemos fazer para melhorar o nosso comportamento.

“Do ponto de vista psiquiátrico, o problema enquadra-se na esfera dos comportamentos aditivos sem substância, caracterizando-se por impulsividade, incapacidade de resistir ao impulso, uso da compra como mecanismo de regulação emocional, nomeadamente no contexto de perturbações de ansiedade ou depressivas.

Do ponto de vista comportamental, existe normalmente uma sensação de tensão/ansiedade, que leva ao impulso de comprar, com alívio momentâneo da sensação de ansiedade, e nesta situação específica, seguido muitas vezes de um bem-estar transitório, que paradoxalmente termina em sensação de culpa/ arrependimento. Este comportamento tende a provocar perda de controle, desgaste emocional e financeiro, conflito interpessoal e mesmo diminuição da auto-estima.

Existem intervenções terapêuticas que podem ser utilizadas.

É importante perceber os gatilhos que provocam estados de ansiedade ou sensação de vazio e que podem conduzir ao comportamento, remover meios de compra rápidos, nomeadamente aplicações, cartões guardados, MB Way, criar barreiras à compra (regra das 24 horas antes de comprar, estabelecer limites mensais). Paralelamente poderá ser necessário consultar um especialista, psicólogo ou psiquiatra com eventual necessidade de intervenção do ponto de vista psicofarmacológico (no caso da psiquiatria) em caso de comorbilidade com perturbação depressiva, perturbações de ansiedade ou outros quadros."

Testemunho real

Deixo também o relato de uma seguidora que está a fazer psicoterapia para tratar a dependência de compras:

“Fico logo ansiosa com as novidades da Zara, tenho de comprar senão desaparecem. Acho que nunca é o suficiente. E assim que compro sinto uma sensação boa, mas no dia seguinte é igual. Tento fazer cartões MB Way com um valor fixo por mês, mas ainda não consigo cumprir. Tenho a certeza de que é das redes sociais!”

Conclusão

Acredito que o primeiro passo para uma relação saudável com a moda é devolver-lhe sentido. O verdadeiro luxo está em ter menos, mas melhor, em escolher peças que nos acompanham e nos fazem sentir nós próprias.

Porque, no fim, o que nos veste de verdade não é o que compramos, é o que aprendemos a deixar de comprar!

9 de novembro de 2025

Saint-Émilion | Bordeaux


Durante a viagem a Bordéus, aproveitámos para fazer um passeio a Saint-Émilion, uma das mais encantadoras zonas vinícolas de França, bem como vila medieval homónima. A primeira paragem foi no Château Franc Mayne, onde tivemos oportunidade de conhecer a propriedade, explorar as suas caves escavadas na rocha calcária e realizar uma prova de vinhos.

During our trip to Bordeaux, we went on to visiting Saint-Émilion, one of France's most charming wine regions, as well as the medieval village of the same name. Our first stop was at Château Franc Mayne, where we had the opportunity to tour the property, explore its cellars carved into the limestone rock, and enjoy a wine tasting.



Visitámos de seguida à belíssima vila, classificada como Património Mundial da UNESCO, com as suas ruelas de pedra, que lhe conferem uma atmosfera singular. 

Following that, we visited the beautiful village, classified as UNESCO's world heritage, with its narrow stone streets, giving it a unique atmosphere. 






Para almoçar elegemos o típico restaurante, L'Antre Deux Verres, onde degustamos uma tábua de queijos e enchidos com  um copo de vinho da região. Uma pausa perfeita!

For lunch, we opted for the typical restaurant, L'Antre Deux Verres, where we enjoyed a cheese and charcuterie board with a glass of local wine. A perfect break!





Postal ilustrado de Saint-Émilion, do qual faz parte o típico casario e a Catedral Monolítica.

Illustrated postcard of Saint-Émilion, featuring its typical houses and the Monolithic Cathedral.




Fomos depois a Torre do Rei, que oferece uma vista deslumbrante sobre o vale e os vinhedos circundantes. Subida que não recomendo a quem tiver claustrofobia.

We then went to the King's Tower, which offers breathtaking views of the valley and surrounding vineyards. I would not recommend going up to anyone who suffers from claustrophobia.



Vejam também o reels com mais detalhes aqui em Breakfast_tiffanys_blog.

Watch also  the reels with more details here at Breakfast_tiffanys_blog.